Segundo o Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV), a economia brasileira sofreu uma queda de 1,2% em abril em relação ao mês anterior. O indicador econômico, desenvolvido pelo Ibre/FGV, monitora a atividade econômica mensalmente e é divulgado antecipadamente em relação aos dados oficiais do governo.
Esse resultado representa o pior desempenho mensal desde janeiro de 2022, quando foi registrada uma queda de 1,9%. Em comparação com abril do ano passado, no entanto, o Monitor do PIB mostra um crescimento de 3%.
De acordo com os economistas responsáveis pelo estudo, essa diminuição já era esperada, uma vez que a maior parte da produção de soja ocorre no início do ano. Com a ausência desse setor agrícola, outros desafios da economia, como a fragilidade dos serviços e a estagnação da indústria, tornam-se mais evidentes.
Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, destaca em seu relatório que tanto o forte crescimento no primeiro trimestre quanto a queda de 1,2% na atividade econômica em abril devem ser analisados com cautela, evitando interpretações excessivamente otimistas ou pessimistas.
É previsto que a economia brasileira enfrente uma desaceleração do PIB no segundo semestre deste ano. No primeiro trimestre, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve um crescimento de 1,9%, superando as expectativas, impulsionado pelo desempenho positivo do setor agrícola. No entanto, espera-se uma contribuição menor desse setor nos meses seguintes.
“A retração observada em abril era esperada, uma vez que o desempenho econômico em fevereiro e março foi bastante elevado devido à produção de soja”, explica Trece. “Como a maior parte da colheita desse produto concentra-se no primeiro trimestre e teve grande influência nos resultados positivos dos primeiros meses do ano, a queda em abril indica apenas que a colheita de soja tenderá a ser menor a partir do segundo trimestre.”
De acordo com o Monitor do PIB, o consumo das famílias teve um aumento de 2,9% no período de três meses até abril. No entanto, prevê-se que esse crescimento diminua gradualmente até o final do ano.
No mesmo período, os investimentos apresentaram um aumento de 0,3%, mas houve uma queda de 3,1% nos investimentos em máquinas e equipamentos, que já é a quarta queda consecutiva. Por outro lado, as exportações tiveram um aumento de 4,8%.
“Os juros elevados e as expectativas de um desempenho mais fraco no setor de serviços em comparação ao ano passado ainda são os principais obstáculos para a economia”, destaca Trece, do Ibre/FGV. As informações são do Metrópoles.