Imóveis estavam em área de segurança, a menos de 250 metros da unidade prisional A Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop), o Ministério Público do Rio (MPRJ) e a Polícia Militar demolem, nesta terça-feira, 20 construções irregulares erguidas num loteamento clandestino nas imediações do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da capital. A área sofre influência do Comando Vemelho. Os imóveis foram feitos sem autorização da prefeitura e estavam a menos de 250 metros da unidade prisional, numa área de segurança onde edificações são proibidas por lei.
Internacionalização do CV: Especialistas pedem clareza em acordo entre Brasil e EUA para combate à facção ligação com morte de jovem: Comando Vermelho é acusado de envolvimento com tráfico e homicídio em Portugal. De acordo com o MPRJ, as invasões de propriedades e construções clandestinas ao redor do complexo prisional seriam orquestradas por uma facção criminosa. Elas facilitariam fugas e a entrada de itens proibidos nas cadeias. Além das demolições, os moradores da região serão notificados e terão acompanhamento da Secretaria municipal de Assistência Social. Engenheiros da prefeitura fizeram uma análise preliminar e estimam um prejuízo de R$ 1 milhão aos responsáveis pelas construções.
“Não podemos deixar que construções sejam feitas tão próximas ao presídio. Já atuamos na região anteriormente e voltaremos quantas vezes forem necessárias”, disse Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública.
Também participam da operação agentes de Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), da Guarda Municipal, Comlurb e Rio Luz. Também participam da operação agentes de Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), da Guarda Municipal, Comlurb e Rio Luz. Pelo MPRJ participam da operação o novo Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema), recriado pelo procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Sistema Prisional.
‘Cinturão’ do CV
A operação desta terça foi planejada a partir de um relatório da Subsecretaria de Inteligência da Seap, que aponta que criminosos do CV vêm instituindo bases de atuação no entorno do Complexo de Gericinó, com o objetivo de tomar os bairros próximos para formar um “cinturão” ao redor das unidades prisionais, onde estão os principais chefes do grupo criminoso. Essas áreas são utilizadas para práticas ilícitas, como arremesso de drogas e de celulares para dentro das prisões, e podem servir como instrumento para facilitar possíveis fugas.
A escalada de conflitos no entorno de Gericinó fez vítimas no próprio complexo. Em 19 de novembro deste ano, uma enfermeira foi atingida por um tiro no braço no Hospital Penal Hamilton Agostinho Vieira de Castro. Ela estava na parte externa da unidade de saúde quando foi atingida. O projétil chegou sem força suficiente para causar ferimentos graves.
Ação anterior
Em agosto de 2024 a Seop fez uma operação na mesma região, Na ocasião, construções irregulares foram demolidas e um loteamento ilegal caracterizado pela expansão de um condomínio foi desfeito. O loteamento e as construções eram ilegais e ocupavam aproximadamente 150.000m² em área considerada de interesse público para fins de desapropriação, sendo área de segurança do Complexo de Gericinó.
No local estavam sendo realizadas obras de infraestrutura, com implantação de 30 postes e manilhas para implementação de rede de drenagem. Nos postes, foram encontradas várias luminárias da Rioluz que foram furtadas do parque de iluminação pública da cidade.